Brasileiros na Holanda publicará a cada semana algumas partes desse documento publicado pela Organização Internacional do Trabalho
, onde você poderá também deixar seu comentário.
Bela como uma mente livre*
O respeito dos direitos humanos permite uma vida plena,
sem medos e sem opressão. Uma vida onde existe
a capacidade de**:
Ter uma opinião e fazer planos de vida sem medo
de refletir; longe da opressão. Ter a oportunidade
de aprender e de desenvolver o raciocínio |
Pensamento |
Ter raízes, “pertencer” a algum lugar onde uma
pessoa se sente digna, faz escolhas de vida, respeita
a si mesma e saber exigir o respeito dos outros |
Origens |
Sentir que a vida vale a pena ser vivida
|
Vida |
Conhecer o próprio corpo, poder cuidar da
própria saúde, ter acesso a serviços de saúde,
poder planejar a própria família |
Saúde |
Controlar o próprio corpo, ser livre da violência,
ser livre para ir e vir quando quiser... |
Integridade
física |
Desenvolver os sentidos, a imaginação e o
pensamento sem medos e sem discriminação |
Imaginação |
Amar e cuidar; sentir e demonstrar tristeza,
raiva, gratidão, alegria (...) e experimentar os
sentimentos que fazem parte do desenvolvimento
de todo ser humano
|
Emoções |
Saber aproveitar os recursos naturais no
respeito à natureza e em busca de qualidade
de vida |
Natureza |
Rir sem medo e saber que é justo viver
momentos de diversão e de prazer |
Lazer |
Participar das decisões que fazem difereça
na própria vida e manter relacionamentos de respeito mútuo com as pessoas com quem
convive e com os membros da família |
Escolha |
Juntos, estes elementos permitem a cada pessoa viver uma
vida digna e ser valorizada como ser humano.
A pergunta é: o que uma pessoa é realmente capaz de ser e
de fazer? E uma resposta positiva a esta pergunta necessita
de fundamentos na liberdade, no respeito do próprio corpo
e da própria dignidade, no cuidado da saúde, na auto-estima,
na vontade de aprender e participar da vida em comunidade,
na coragem de encarar de frente os membros da
família e da sociedade onde vive.
• PARA PENSAR…
Uma mulher que se prostitui conta para a família o trabalho
que faz, sem medo? Ela sente que tem direito ao amor?
Ela realmente cuida do corpo e da saúde? Ela é livre da
violência?
Uma mulher que é espancada pelo marido sabe que nada
justifica a violência? Ela tem coragem de denunciá-lo? Ou
tem vergonha de pedir ajuda? |
*Mrinal, em “Rabindranath Tagore’s Letter from a Wife”. Em: Nussbaum, Martha
C. Women and Human Development. The Capabilities Approach. Cambridge-New
York. Cambridge University Press, 2000.
**Elaborado a partir da lista de capacidades fundamentais de Martha C. Nussbaum.
Women and Human Development.The Capabilities Approach. Cambridge-New
York. Cambridge University Press, 2000.
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